Certo estranhamento me pegou devido ao significado que tem para mim o encontro que aconteceu no sábado, 22 - espero que o primeiro de uma série entre a Companhia da Arte e algumas pessoas da Rádio Universitária FM. Participaram: Leovigilda Bezerra e Raquel, pela Rádio, eu e Marco Leonel Fukuda, pelos dois, e Soledad Brandão, pela Companhia. O tema foi o trabalho com a voz visando demandas diversas, seja para o rádio, para o teatro, para a vida.
Esse estranhamento diz respeito às minhas aspirações pessoais relativas à voz, prática e estudo, meu envolvimento que já passa dos 25 anos com a Rádio Universitária FM, e a criação da Companhia da Arte, que implica na participação dos integrantes da banda cênico-musical com a qual trabalho. Atravessando tudo, os afetos, as amizades. Juntar tudo isso num determinado momento causou-me um pouco de ansiedade e também alegria pela realização desejada há muito tempo.
Um pouco de conversa, alguns exercícios nos levaram a abordar a voz numa perspectiva holística, integral, que é o propósito da Oficina Voz Criativa. Partimos da idéia de que temos uma voz, que a evocamos da cultura, de nossas memórias, que ela emerge das sonoridades do universo que atravessam nosso corpo, sua morada; que a criamos, ou recriamos, com nossa imaginação, nosso modo de ser e estar no mundo. E, ainda - sugerindo ir mais além - consideremos a voz numa perspectiva discursiva, semiótica etc.
O livro O Ator Invisível do Yoshi Oida nos serviu de referência durante todo o encontro. Dele, retiramos algumas informações que conduziram parte dos exercícios, ensinamentos éticos e estéticos, e nos servimos de seus textos para fazer exercício de leitura. Uma das qualidades desse livro reside na ampla abordagem feita por Yoshi - com base oriental e ocidental - do corpo e da voz, nosso campo de interesse e paixão.
sábado, 22 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
"Precisión y Decisión: La Voz Entera"
"Como el cuerpo, también mi voz busca la precisión, la decisión, la entereza. La ciencia nos dice que un hemisferio de nuestro cerebro determina nuestra capacidad de cantar y el otro la de hablar. En mi trababajo mi comporto como si esto no fuera verdad. Me esfuerzo por no crear separaciones artificiales, por decir textos como si cantara y cantar como si hablara, y accionar en escena con el mismo tipo de emisión vocal que uso en la vida. No obstante las diferentes variaciones, colores, resonadores y tonalidades, pienso en la voz como entera, una unidad cuyos caminos son unicamente personales.
Para mí la caracteristica de la voz entera es la de situarse en el centro del tronco, encontrar el apoyo en los pies seguros sobre la tierra y mantener la conexión en toda su extensión, o bien no abandonar un sentido de arraigamiento cuando hablo hacia lo alto ni la capacidad de elevar al cielo una voz cavernosa. Los tonos altos parten de abajo y los tonos bajos se lanzan hacia lo alto. El cuerpo entero, con su voz, danza, piensa y canta, mientras camina, acciona y habla." ( Julia Varley, Piedras de Agua )
Para mí la caracteristica de la voz entera es la de situarse en el centro del tronco, encontrar el apoyo en los pies seguros sobre la tierra y mantener la conexión en toda su extensión, o bien no abandonar un sentido de arraigamiento cuando hablo hacia lo alto ni la capacidad de elevar al cielo una voz cavernosa. Los tonos altos parten de abajo y los tonos bajos se lanzan hacia lo alto. El cuerpo entero, con su voz, danza, piensa y canta, mientras camina, acciona y habla." ( Julia Varley, Piedras de Agua )
sábado, 15 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
RUFM 30 ANOS - Voz em curso...
A Rádio Universitária FM, onde me fiz produtora e locutora, completa 30 anos, comemorados hoje com programa especial logo mais às 17 horas sobre a segunda edição do Festival de Música Universitária FM e confraternização em seguida no estacionamento - entre o prédio de sua sede e o MAUC -, regado a afetos e música. Minha voz soará nos dois momentos como apresentadora e cerimonialista, duas atividades que, entre outras, me acompanham há mais de 20 anos a partir da própria RUFM, a qual considero minha protovoz radiofônica, desde quando a ouvia no tempo em que funcionava em caráter experimental, pouco antes de o Curso de Letras da UFC e o atual coordenador da emissora, Nonato Lima, me conduzirem para dentro dela como bolsista. Nonato - que me informava constantemente sobre as possibilidades de entrada e relação com a emissora - e eu éramos da mesma turma neste curso, que também contava com a presença de outras pessoas que já integravam o quadro de bolsistas e funcionários da RUFM, como Leovigilda Bezerra, Franzé Rodrigues, Eleuda de Carvalho, Norah e Nelson Augusto, que, se não me engano, fez como Franzé, Nonato e eu: migrou para o curso de Comunicação Social, segunda graduação de Eleuda mais adiante e lugar onde outra locutora da casa tornou-se professora, Cida de Sousa.
Comunicação e arte são áreas nas quais me movo deixando brotar daí meu discurso, minha atuação no mundo. Nesse sentido a ligação com os cursos da UFC citados foram bases significativas no quadro de formação e na relação com e através da RUFM, constituíndo um ser para além de mim, que tento conhecer e melhorar, um ser coletivo, inventado e inventivo. É dentro desse mundo que a Rádio Universitária FM foi - e é - um advento que congrega na minha vida demandas tanto pessoais, no que tange a afetos e amizades, quanto de formação e atividades artísticas e também profissionais. Neste lugar, pude ser, ao longo de quase todos os 30 anos de sua existência, produtora de programas musicais, jornalísticos e interdisciplinares, além de atuar como radioatriz e ter me tornado uma das vozes que contribuem para a sua identidade e sua vinculação com a sociedade. Uma relação que se estabeleceu intensa e rica para todos os lados envolvidos e que começa antes dos 27 anos de minha existência nela, desde quando era ouvinte na fase experimental da emissora e quando ainda me preparava para o vestibular em Letras na casa a quem agradeço o abrigo que me faz viver e constituir essa história, a UFC.
Parabéns, Rádio Universitária FM, vida longa e feliz!
Agradecida por tudo,
Marta Aurélia
Comunicação e arte são áreas nas quais me movo deixando brotar daí meu discurso, minha atuação no mundo. Nesse sentido a ligação com os cursos da UFC citados foram bases significativas no quadro de formação e na relação com e através da RUFM, constituíndo um ser para além de mim, que tento conhecer e melhorar, um ser coletivo, inventado e inventivo. É dentro desse mundo que a Rádio Universitária FM foi - e é - um advento que congrega na minha vida demandas tanto pessoais, no que tange a afetos e amizades, quanto de formação e atividades artísticas e também profissionais. Neste lugar, pude ser, ao longo de quase todos os 30 anos de sua existência, produtora de programas musicais, jornalísticos e interdisciplinares, além de atuar como radioatriz e ter me tornado uma das vozes que contribuem para a sua identidade e sua vinculação com a sociedade. Uma relação que se estabeleceu intensa e rica para todos os lados envolvidos e que começa antes dos 27 anos de minha existência nela, desde quando era ouvinte na fase experimental da emissora e quando ainda me preparava para o vestibular em Letras na casa a quem agradeço o abrigo que me faz viver e constituir essa história, a UFC.
Parabéns, Rádio Universitária FM, vida longa e feliz!
Agradecida por tudo,
Marta Aurélia
Voz, pra começar...
Protovoz
Numa aula do Professor Tadeu Feitosa, no Curso de Especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem/UFC, escutei-o falar sobre protovoz. De fato, até ali, eu não havia me encantado por essa palavra como ocorreu desde então. Nada de ficar cutucando-a logo. Apenas deixei-a ali, viva, me acompanhando, emergindo em várias situações. As palavras também têm seu tempo de maturação quando passam a existir num vocabulário.
Da protovoz à voz, não necessariamente nessa ordem...
Vez por outra, uma menção mais explícita a vozes requeridas da memória, outras vezes mergulhadas em silêncio, fazendo-se discurso noutra dimensão. Antes de tudo, há fontes de onde emerge a voz, ou as vozes. Algumas começam a distinguir-se, afastando-se, conectando-se a outras. Solitárias, grupais, vão ecoando, adquirindo formas, identidades, cores, alturas, extensões, famílias... Existindo audíveis, inaudíveis, aos sussurros, aos berros... Vozes criando e recriando-se, atravessando outras, ressoando, discursando, icônicas, sendo... vozes!
Voz Criativa
Voz Criativa é um blog e uma oficina de voz. Buscamos com essas iniciativas estudar a voz nos contextos vários que unem vida e arte. Nosso estudo parte da escuta, do cotidiano, do extracotidiano, da observação, da leitura, da prática, de outras investigações. Da poesia, do canto, da encenação, da performance, da teatralização, da radiofonia. Naturalmente, da criação.
Marta Aurélia
Cantora, atriz de teatro e cinema, radialista (locutora e produtora), jornalista.
Pesquisadora e facilitadora vocal.
Mentora da Companhia da Arte e do blog http://www.nacompanhiadaarte.blogspot.com/
Numa aula do Professor Tadeu Feitosa, no Curso de Especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem/UFC, escutei-o falar sobre protovoz. De fato, até ali, eu não havia me encantado por essa palavra como ocorreu desde então. Nada de ficar cutucando-a logo. Apenas deixei-a ali, viva, me acompanhando, emergindo em várias situações. As palavras também têm seu tempo de maturação quando passam a existir num vocabulário.
Da protovoz à voz, não necessariamente nessa ordem...
Vez por outra, uma menção mais explícita a vozes requeridas da memória, outras vezes mergulhadas em silêncio, fazendo-se discurso noutra dimensão. Antes de tudo, há fontes de onde emerge a voz, ou as vozes. Algumas começam a distinguir-se, afastando-se, conectando-se a outras. Solitárias, grupais, vão ecoando, adquirindo formas, identidades, cores, alturas, extensões, famílias... Existindo audíveis, inaudíveis, aos sussurros, aos berros... Vozes criando e recriando-se, atravessando outras, ressoando, discursando, icônicas, sendo... vozes!
Voz Criativa
Voz Criativa é um blog e uma oficina de voz. Buscamos com essas iniciativas estudar a voz nos contextos vários que unem vida e arte. Nosso estudo parte da escuta, do cotidiano, do extracotidiano, da observação, da leitura, da prática, de outras investigações. Da poesia, do canto, da encenação, da performance, da teatralização, da radiofonia. Naturalmente, da criação.
Marta Aurélia
Cantora, atriz de teatro e cinema, radialista (locutora e produtora), jornalista.
Pesquisadora e facilitadora vocal.
Mentora da Companhia da Arte e do blog http://www.nacompanhiadaarte.blogspot.com/
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